Servindo a quem?
Assim que retornamos de Manaus, decidimos mudar de casa. Logo que possível nos mudamos para a casa que a igreja alugou para nós e a organização que poderia ter sido em 3 dias durou um mês. Tudo era feito bem devagar pois tínhamos um bebê de três meses que por ser prematuro ainda era como um recém nascido. Antes de ser mãe eu tinha uma rotina para tudo, até para a organização da casa. Tinha um dia para arrumar a casa, um dia para lavar roupa e eu tinha a sensação de controle do tempo. Desde a gravidez Deus foi me ensinando sobre o controle da vida e com a vinda de um recém nascido eu só estava no início do meu aprendizado. Eu fica muito agoniada ao ver caixas que precisavam ser desempacotadas e estantes para serem organizadas, mas eu tinha que parar tudo para amamentar meu pequeno. Ainda estava com a depressão pós-parto, o que piorava muito a compreensão de como agir e pensar. Mas graças a Deus conseguia servir ao meu pequeno no que ele precisava, mesmo que fosse uma luta mental, pois eu sempre pensava que poderia estar fazendo outra coisa. Tudo começou a mudar quando Samuel ficou doente pela primeira vez. Depois da vacina da gripe ele teve muita reação. E foram dias e noites difíceis, dedicadas totalmente a ele. A casa estava totalmente bagunçada, roupa para dobrar, louça para lavar e chão para varrer. Mas meu pequeno precisava de mim. Comecei a refletir sobre a nossa compreensão de lar e casa. Como estávamos só há poucos meses na casa nova, eu queria arrumar de uma forma mais bonita. Vivia olhando no Pinterest referências de como deixar a estante mais bonita, como dispor melhor os móveis e o que faltava para o quarto do Samuel. Mas comecei a perceber que por mais que eu tentasse, minha casa não ficava como nas fotos. E não era só pelo fato de não ter condições de comprar os móveis exatamente iguais, mas porque aquelas fotos eram estáticas e não representavam o organismo vivo que é um lar. E Deus me ensinou a priorizar o que Ele prioriza: a família. Servir aos meus e não servir meu desejo egoísta pela perfeição. Mesmo achando-me uma pessoa organizada e esforçada me vi servindo a mim mesma. Queria uma casa bonita e arrumada não para servir os meus, mas para inflar meu ego. Ainda é uma luta dentro de mim, mas com a graça de Deus eu peço ajuda divina para servir ao Senhor, servindo aos meus, mesmo que por um breve momento a casa fique bagunçada. Mas a verdade é que a casa deve me servir e não que eu a sirva.
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